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  • Qualis - Comunicação

Os Beijos da Qualis #3 - Destinos de Papel

E o maravilhoso beijo deste sábado saiu da cabecinha da nossa diva colorida, a Luciane Rangel!!!

Vamos conhecer Lucas e Rebeca?

"Em outra atitude completamente impensada, eu me aproximei ainda mais, dando um beijo no rosto dele. Então, aconteceu o que não devia: nossos olhos se encontraram, bem naquele momento em que os rostos estavam tão perigosamente perto. Agindo por um impulso idiota qualquer, eu voltei a beijá-lo. Dessa vez, nos lábios. Apenas um selinho, como o que ele tinha me dado na noite em que dormi na casa dele. Mas, dessa vez, tinha sido um pouco mais demorado, e carregado de algo muito maior. Algo que eu, naquele momento, não conseguiria descrever. Quando me dei conta do meu ato, tomada por uma estúpida vergonha, eu me afastei. Porém, ao abrir os meus olhos e encontrar diretamente os dele, percebi que não tinha me afastado o suficiente para sair da área de perigo. Temia pelo que eu pudesse fazer, mas jamais imaginaria que seria ele a fazer algo. Apenas senti a mão dele a contornar a minha cintura, puxando-me e aproximando os nossos corpos, antes da boca dele tomar a minha em um beijo, dessa vez, de verdade. Eu o abracei de volta e me vi entregue completamente ao momento. Logo eu, que sempre tive minha mente trabalhando a mil por hora, me vi incrivelmente sem pensar em nada, apenas sentindo. Por Deus, como aquilo era bom! Mas, como tudo que é bom... em um momento, chegou ao fim, de forma totalmente abrupta. E foi Lucas que se afastou. Ele havia começado tudo... e ele decretou o fim. Ainda meio desnorteada, abri meus olhos devagar, e vi que Lucas parecia tão ou mais confuso do que eu. Confuso com a própria atitude. Parecia sem chão, arrependido do impulso que tinha tomado. E quem seria eu para condená-lo? Também estava arrependida de ter permitido aquilo. Aquele beijo não podia ter acontecido. Não podia! — Rebeca, eu... — ele começou a falar. Mas eu não permiti que continuasse. — Preciso ir, já está tarde. E, antes que ele pudesse dizer mais qualquer coisa, eu entrei no carro e, com as mãos tremendo, consegui dar a partida e ir embora. Não olhei para trás, nem ao menos pelo retrovisor, apesar de a minha mente ter ficado lá. Meus braços ainda sentiam o entorno do corpo dele; minha cintura, as mãos; e, minha boca, a dele. Um gosto bom, afoito e triste. A tristeza da minha própria premonição de que aquilo chegaria ao fim, pelo simples fato de sequer dever ter acontecido. Júlia havia me alertado, e agora eu conseguia compreender o arrependimento ao qual ela se referia. Se eu me envolvesse com Lucas, iria me arrepender pelo simples fato de ter me envolvido bem além do que deveria. Porque agora o meu peito doía, me implorando para voltar, para ficar um pouco mais... para ficar para sempre. Como o meu peito doeu quando minha mãe foi embora, mentindo que voltaria para me buscar; como doía a cada bebedeira do meu pai, e a cada vez que ele saía de casa mentindo que voltaria cedo e que não passaria da conta no álcool; como tinha doído desesperadamente quando entrei naquele quarto e encontrei o corpo sem vida da minha melhor amiga, pendurado por uma maldita corda enrolada ao redor do frágil pescoço. Sim, meu peito doía a insuportável dor do apego. A dor sem cura, causada por alguém que você gosta além do que deveria e sabe que não suportaria ver essa pessoa ir embora. Só que as pessoas sempre vão embora, sem se importarem com a dor que deixam. Soquei o volante com força, transferindo para o punho um pouco daquela dor do meu peito. As lágrimas desciam pelo meu rosto sem qualquer controle. Já era tarde demais. O apego já estava ali."


 

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