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  • Foto do escritorBia Carvalho

Espaços Vazios


Há momentos em que nossas mãos parecem ganhar vida própria.

Escrevemos como loucos, vomitamos ideias no papel sem limite... capítulos, palavras, páginas e páginas de pura inspiração.

Esses surtos criativos duram dias, semanas... Achamos que somos os donos do mundo e criamos planejamentos impossíveis.


Até que as luzes se apagam.

Nossas mentes se assemelham a espaços vazios, onde o único eco que ouvimos é o de nosso próprio coração, batendo acelerado com o medo.

Tememos que o bloqueio seja constante, que aquele livro nunca possa ser terminado, porque não conseguiremos seguir em frente.

Temos medos infundados de que jamais conseguiremos escrever uma linha sequer de qualquer história que venha a surgir.


Qualquer atividade banal torna-se mais atraente do que voltar àquele livro, principalmente porque sabemos que nada irá fluir.

Não adianta ouvir música, tentar esvaziar a mente de preocupações ou buscar outras formas de entretenimento para relaxarmos. Nada parece ser suficiente.


Passam-se dias, e nosso planejamento vai sendo adiado. Choro, lágrimas, estresse... tudo vai contribuindo para que fique mais e mais difícil.


Até que deixamos o texto de lado. Esquecemos aquela história e tentamos embarcar em outra que surge sedutora, tomando o espaço daquela. Desligamos dos personagens que parecem em silêncio e começamos a ouvir outros que se sentam ao nosso lado, tomam um café e descrevem cenas perfeitas, que parecem encaixar direitinho no que estamos procurando.


E o ciclo recomeça, até que a história anterior volta com toda força e já não sabemos mais a quem sermos fiéis.


Sempre haverão bloqueios, sempre haverão dias difíceis, mas ser escritor é uma aventura constante. É dar vozes aos nossos amigos imaginários, contando suas histórias e trazendo-os ao mundo. Cada etapa do processo é assustadora, fascinante e gratificante.

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